quinta-feira, 31 de outubro de 2013

COMO ESTUDAR UM TEXTO BÍBLICO

Deus usou palavras para comunicar sua vontade aos homens. Ele deu a algumas pessoas a tarefa especial de registrar suas palavras, que nós temos hoje no conjunto de livros que conhecemos como a Bíblia ou as Escrituras. Vivemos numa época privilegiada na qual estes textos transmitidos de Deus aos homens são facilmente acessíveis em qualquer idioma escrito. Quase todos nós temos oportunidades de adquirir uma Bíblia com pouco ou nenhum custo. Uma vez que adquirimos uma Bíblia, o que faremos com ela?

A coisa mais óbvia é ler o conteúdo, e a leitura bíblica deve fazer parte do nosso dia a dia. Mas além da leitura, é importante estudar a Bíblia, procurando entendimento dos livros, analisando a estrutura dos textos, procurando compreender as mensagens comunicadas ao leitor. Neste artigo, vamos focalizar algumas dicas práticas para ajudar no estudo de textos bíblicos. Vamos usar a primeira epístola de Pedro como exemplo, mas as mesmas dicas servem para o estudo de outros livros ou textos menores (capítulos, parágrafos, etc.).

1. Ler o texto várias vezes. Antes de começar a analisar detalhadamente, leia o texto várias vezes. Comece com a Bíblia que você usa no dia a dia. Se tiver acesso a outras versões das Escrituras, leia o mesmo texto nestas outras versões. Pela leitura repetida, você vai se familiarizar com o texto e vai desenvolver uma noção geral dos pontos principais desenvolvidos. Quando se usa várias versões, traduções um pouco diferentes podem esclarecer o sentido de algumas palavras ou expressões difíceis.

2.  Identificar assuntos e palavras chaves. Em cada leitura, você perceberá com mais facilidade as palavras repetidas e os assuntos frisados pelo autor. Em 1 Pedro, perceberá a ênfase na relação de pessoas santificadas com o Senhor, o contraste entre coisas temporárias e coisas eternas, encorajamento para pessoas que sofrem injustiças por causa da sua fé, etc. Ajuda anotar temas e palavras importantes, talvez em um caderno, para facilitar a compreensão das mensagens principais do texto.

3.  Analisar a organização do texto. Agora, entramos na fase de estudar realmente o texto. As etapas anteriores serviam como preparos, mas ainda não entramos no estudo mais detalhado do conteúdo. Na análise da organização, é fundamental prestar atenção na gramática, especialmente na pontuação do texto. Normalmente nós falamos e escrevemos em frases relativamente pequenas, talvez com uma média de menos de 30 palavras cada. Mas muitos textos bíblicos têm frases bem maiores, e não vamos entendê-los se não observar estas frases e sua estrutura. Na maioria dos casos, podemos ver a separação das frases pelos pontos finais (.), pontos de interrogação (?) ou de exclamação (!). A pontuação correta faz parte do trabalho dos tradutores, e geralmente eles tem feito bem nisso. Por esta razão, pode ter variações na pontuação de uma versão para outra, que podem nos dar motivos para pesquisar mais e entender estas diferenças.

É importante notar que as divisões em capítulos e versículos servem principalmente para facilitar a localização dos trechos, e não para mostrar bem a estrutura. Estas convenções são o trabalho de homens para ajudar, não são divisões inspiradas por Deus! Também deve observar que quase todos os subtítulos em negrito foram acrescentados pelos redatores das versões, e não fazem parte do texto original. Podem ajudar a entender a estrutura, mas também podem refletir as tendências teológicas dos redatores.

Olhando para o conteúdo, e não para as divisões dos versículos, poderia analisar a estrutura básica de 1 Pedro capítulo 1 desta forma:

● Saudação (1:1-2)

- Pedro escreveu esta epístola

- Escreveu para servos de Deus espalhados em regiões que ele identifica

● A esperança em Cristo (1:3-12)

- Em Jesus, Deus mostrou a misericórdia para nos dar esperança (1:3-5)

- Pela fé incorruptível, podemos suportar as aflições temporárias (1:6-9)

- Profetas e anjos queriam compreender as coisas que Deus revelou para nós (1:10-12)

● O procedimento de peregrinos santificados (1:13-21)

- Nosso entendimento do plano de Deus é a base da nossa esperança (1:13)

- Os filhos de Deus devem imitar sua santidade (1:14-16)

- Esta vida se baseia no sangue de Cristo, e não nas coisas passageiras deste mundo (1:17-21)

● A palavra permanente e eterna deve nos levar a amar de verdade (1:22-25)

4. Compreender as palavras usadas. Depois de enxergar a estrutura básica do trecho, é preciso compreender este texto. Obviamente, esta compreensão depende do vocabulário usado. Muitas das melhores traduções bíblicas empregam palavras que bem refletem o sentido das palavras originais que traduzem, mas algumas destas palavras não fazem parte do vocabulário cotidiano de muitos de nós. Se você não costuma ouvir e entender palavras como galardão, propiciação e imarcescível, precisará de um dicionário no seu estudo das Escrituras.

Para isso, há várias opções. Na maioria dos casos, um dicionário comum resolverá as dúvidas. Mas precisa lembrar que estes dicionários apresentam os sentidos das palavras no contexto atual, e não necessariamente seu significado no contexto bíblico. Por exemplo, as primeiras duas definições da palavra igreja no dicionário Aurélio Século XXI são “Templo cristão” e “Autoridade eclesiástico”, mas estes sentidos modernos da palavra não representam o seu significado nas Escrituras. No mesmo dicionário, os principais sentidos dados à palavra batismovem das tradições católicas e de usos derivados da palavra, e não do sentido da palavra grega assim traduzida no Novo Testamento. Um dicionário comum ajuda em muitos casos, mas nem sempre!

Para estudantes que querem mais clareza, há dicionários bíblicos que procuram apresentar melhor os sentidos das palavras bíblicas no seu contexto original. Algumas Bíblias incluem pequenos dicionários deste tipo entre os auxílios para o leitor. Alguns destes dicionários se baseiam nos idiomas originais usados para escrever a Bíblia (o Novo Testamento foi escrito no grego, e quase todo o Antigo Testamento, em hebraico). O Dicionário Vine é um bom exemplo deste tipo de auxílio. Alguns dicionários bíblicos são escritos num estilo enciclopédico, ou seja, apresentam artigos de explicação sobre os temas abordados, e não somente definições técnicas das palavras em si.

Estudantes mais avançados podem utilizar ainda outros recursos, como textos gregos e hebraicos e léxicos (um tipo de dicionário das palavras dos idiomas originais). Mas o uso correto destes auxílios exige algum entendimento das línguas originais, entendimento que poucos têm. Estudo dos idiomas usados para escrever a Bíblia pode esclarecer algumas coisas, mas não devemos imaginar que tal conhecimento seja necessário para compreender a vontade de Deus. Com um pouco de esforço, é possível encontrar e compreender traduções que transmitem bem a mensagem das Escrituras.

5. Compreender as frases completas. Quando entendemos todas as palavras numa frase, a compreensão do texto se torna mais fácil. Para entender uma frase, precisamos observar os elementos básicos da gramática (fazemos isso constantemente, mesmo sem saber como identificar por nome a função de cada palavra). É importante observar quem fala e para quem ou sobre o que. Devemos prestar atenção no tempo dos verbos, pois é muito diferente dizer “ela veio” ou “ela virá”.

6. Entender o conjunto de frases. Quando escrevemos, usamos palavras para fazer frases e juntamos algumas frases para fazer parágrafos. Normalmente um parágrafo explica um certo fato, tema ou argumento, juntando vários pedaços de informação. É comum um parágrafo levar a outro, assim desenvolvendo um assunto maior e mais complexo. Às vezes, estes parágrafos são bem organizados e fáceis de seguir. Em outros casos, precisamos ler várias vezes para compreender bem o ponto. Cada escritor tem seu estilo, e alguns são mais fáceis do que outros. Não é diferente na Bíblia. Encontramos alguns trechos bem organizados, e outros onde o autor se desvia de um ponto e insere outro assunto antes de voltar ao ponto original. O Espírito Santo, ao revelar as Escrituras, escolheu autores com características e estilos diferentes para comunicar a sua mensagem a leitores com diversos atributos. São motivos como estes que nos motivam a dedicar as horas necessárias para realmente estudar e buscar entendimento dos textos bíblicos. E cada minuto de estudo cuidadoso será bem investido!

Considere, como exemplo, 1 Pedro 2:11-17. Antes de chegar a este trecho, observamos a ênfase na santidade dos servos de Deus e a posição deles como o povo especial de Deus. Neste trecho, Pedro explica um tema já introduzido em 1:17 – o procedimento do santo povo de Deus durante o tempo aqui nesta vida terrestre. Os cristãos são cidadãos do céu, mas residentes deste mundo, e assim devem se ver como peregrinos e forasteiros. Como deve ser o comportamento destes peregrinos? Nestes versículos, ele responde a esta questão, enfatizando a pureza (2:11), o bom exemplo diante dos outros (2:12), o respeito para com as autoridades governamentais (2:13-14) e o tratamento de todos (2:15-17). Cada frase tem seu lugar no parágrafo, e o parágrafo faz parte do contexto maior da epístola toda.

7. Procurar entender o texto no seu contexto maior. É fundamental entender palavras, frases e parágrafos, mas o estudo não termina aqui. Quase todos os livros da Bíblia tratam de diversos assuntos, e assim os parágrafos se enquadram como partes do todo em cada livro. No exemplo citado acima, ele começou uma parte do livro em 1 Pedro 2:17 quando falou sobre o comportamento dos cristãos no mundo. Os parágrafos subsequentes, porém, continuam com aspectos mais detalhados deste tema, falando sobre o procedimento de servos, esposas, maridos, etc. A relação proposital entre estes trechos se torna evidente pelo uso de palavras como porquanto (2:21), porque (2:25), igualmente (3:1,7), finalmente (3:8), etc.

Ainda há mais um passo importante na consideração do contexto. Além do próprio livro, há outros livros da Bíblia que podem incluir informações relevantes. Quando consideramos as Escrituras como um todo, percebemos a importância de interpretar cada trecho de acordo com o resto da Bíblia. Pedro mesmo comentou sobre este fato quando comparou seus ensinamentos com os de Paulo (2 Pedro 3:15-16). Um trecho complementa o outro e facilita nossa compreensão.

Conclusão

Não é a minha intenção neste pequeno artigo apresentar um curso completo sobre análise de textos bíblicos. Com certeza, outros poderiam acrescentar outras sugestões valiosas. O propósito deste artigo é incentivar o estudo cuidadoso no qual cada leitor busca entender o que Deus tem revelado. Vamos cultivar hábitos de ler, estudar, meditar e aplicar as mensagens das Escrituras!

Por Dennis Allan
Fonte: http://estudosdabiblia.net/d188.htm

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Como Orar Corretamente?

Em: Devocionaisdiarios - via email
“Se vocês permanecerem em mim, e as minhas palavras permanecerem em vocês, pedirão o que quiserem, e lhes será concedido.” (João 15:7)

Quando se trata de oração, algumas pessoas pensam de forma errada, que podem primeiro bolar um plano e depois pedir a Deus para fazê-lo acontecer. Acham que importunando bastante a Deus através da oração, Ele finalmente acabará cedendo.

Outros afirmam que se tivermos fé o suficiente, podemos ordenar qualquer que ela irá acontecer.
Ambos são conceitos falsos!

A força da oração não está em persuadir Deus a endossar o meu caminho; mas sim, buscar seguir o caminho de Deus.

-Você sabe qual é o segredo para se ter uma oração atendida? Alinhar-se à vontade de Deus e começar a pedir pelas coisas que Ele quer para sua vida. Jesus disse: “Se vocês permanecerem em mim, e as minhas palavras permanecerem em vocês, pedirão o que quiserem, e lhes será concedido” (João 15:7). Uma tradução literal desse versículo seria: “Se você se mantiver em comunhão comigo, e a Minha Palavra achar morada em seu coração, você pode pedir o que seu coração desejar e isto será seu."

Quando ouvimos esse versículo, imediatamente focamos na parte do pedir o que nosso coração deseja. Mas aqui está o "x" da questão: se você estiver em comunhão com Deus e a Sua Palavra encontrar morada no seu coração, as suas orações irão mudar. Não irá mais orar por coisas egoístas. Irá pedir por coisas que Deus quer que você tenha.

Lembre-se disso: o verdadeiro sentido da oração é alinhar a nossa vontade à vontade de Deus.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

O Grande Vazio

Em: Devocionaisdiarios - via email

"Pensei comigo mesmo: Vamos. Vou experimentar a alegria. Descubra as coisas boas da vida! Mas isso também se revelou inútil." (Eclesiastes 2:1)

É comum ler-se nos jornais ou nos noticiários de TV que mais uma celebridade foi internada para reabilitação, ou que outro cantor de rock sofreu uma overdose ou cometeu suicídio.

Temos dificuldade de entender como essas pessoas lindas, que parecem para nós tão perfeitas e felizes em suas fotos retocadas e em seu mundo de faz-de-conta, podem ter uma vida miserável. Mas, elas têm os mesmos problemas que nós. A diferença é que elas possuem um montão de coisas que gostaríamos de ter. O que não sabemos é que a quase totalidade delas acaba mais cedo ou mais tarde descobrindo o vazio e a futilidade dessas coisas.

O mundo oferece uma felicidade passageira que vai e vem, que depende inteiramente de circunstâncias pessoais. Se as coisas vão bem, você está feliz. Se as coisas vão mal, você está no fundo do poço. Mas Deus lhe oferece uma felicidade que se mantém independente das circunstâncias, que não vem do que você tem. Vem de quem você conhece. A Bíblia diz: "Como é feliz o povo assim abençoado! Como é feliz o povo cujo Deus é o Senhor!" (Salmo 144:15).

O mundo convida-lhe a usar drogas, a fazer festas e a ficar bêbado.
- É onde a felicidade se encontra, alguns costumam dizer!
Mas Deus diz: "Não se embriaguem com vinho, que leva à libertinagem, mas deixem-se encher pelo Espírito" (Efésios 5:18).

- Você precisa de um substituto fajuto? Se assim for, você sentirá o imenso vazio. Talvez, como Salomão, você conclua que nada disso tem sentido algum. Tudo é vaidade. É como uma bolha que estoura no vapor. Essa é a conclusão a que todos chegarão um dia.
Em resumo: você pode apropriar-se da Palavra de Deus, ou aprender da maneira mais difícil.


segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Joio no Meio do Trigo

Em: Devocionaisdiarios - via email
"Deixem que cresçam juntos até à colheita. Então direi aos encarregados da colheita: Juntem primeiro o joio e amarrem-no em feixes para ser queimado; depois juntem o trigo e guardem-no no meu celeiro." (Mateus 13:30)

Ananias e Safira tinham escolha: poderiam dar muito ou pouco para a igreja. Nada lhes foi exigido. Porém, decidiram agir como se estivessem dando muito, quando na verdade não estavam. Cometeram o pecado da hipocrisia.

A Bíblia diz também que eles mentiram para o Espírito Santo. Cometeram um pecado específico contra o Espírito de Deus. Ananias e Safira descobriram então que não se consegue enganar a Deus. É interessante observar que o nome Ananias significa "Deus é gracioso". Mas ele descobriu que Deus é também santo. O nome Safira significa "linda", mas o seu coração estava feio pelo pecado. É fácil condenarmos hoje Ananias e Safira pela sua desonestidade. Mas seria bom examinarmos também as nossas próprias vidas para ver se os nossos discursos estão apoiados em nossas práticas.

O diabo adora deturpar a verdade. Ele parece utilizar a política do: "Se você não pode vencê-los, junte-se a eles." Ele tem seu joio no meio do trigo. Existem falsos cristãos, falsos profetas, falsos pregadores, mestres e apóstolos. Há Ananias e Safiras em nossos bancos de igreja. Os Judas Iscariotes também estão por aí. Eles frequentam as mesmas igrejas que nós, vivem na mesma vizinhança e vão para as mesmas escolas que nós.

Mas chegará o dia em que Deus, que conhece todos os corações, vai separar o joio do trigo, o verdadeiro do falso. E somente Ele poderá fazer isto.