segunda-feira, 25 de março de 2013

O HOMEM FELIZ

Por GUSTAVO PESTANA

Narra antiga lenda, que certa vez um rei adoeceu gravemente e à medida que o tempo passava seu estado piorava.

Os médicos tentaram de tudo, mas nada parecia funcionar. Estavam a ponto de perder a esperança quando a velha criada falou:

- Eu sei uma forma de salvar o rei. Se vocês puderem encontrar um homem feliz, tirar-lhe a camisa e vesti-la no rei, ele se recuperará.

Ao ouvir tal afirmativa, o rei enviou seus mensageiros a todos os cantos do reino a procura de um homem feliz.



Eles cavalgaram por todos os lugares e não encontraram um homem feliz. Ninguém estava satisfeito; todos tinham uma queixa a fazer.

"- Aquele alfaiate estúpido fez as calças muito curtas!" Ouviram um homem rico dizer.

- A comida está péssima, este cozinheiro não

consegue fazer nada direito!" Outro reclamava."

- O que há de errado com os nossos filhos?" Resmungava um pai insatisfeito.

- O teto está vazando!"

- A situação financeira está péssima"

- Será que o Rei não pode dar um jeito nessa situação?"

Essas e outras tantas queixas eram o que os mensageiros do rei ouviam por onde passavam.



Se um homem era rico, não tinha o bastante; se não era rico, era culpa de alguém. Se era saudável, havia uma sogra indesejável em sua vida. Se tinha uma boa sogra, a gripe o estava infelicitando. Enfim, naquele reino todos tinham algo do que reclamar.

O rei já tinha perdido a esperança de ficar bom, quando numa noite, seu filho cavalgava pelos campos e, ao passar perto de uma cabana ouviu alguém dizer:

- Obrigado Senhor! Concluí meu trabalho diário e ajudei meu semelhante. Comi meu alimento, e agora posso deitar-me e dormir em paz. O que mais poderia desejar, Senhor?



O príncipe exultou de felicidade por ter, finalmente, encontrado um homem feliz. Mandou que seus homens fossem até lá e levassem a camisa do homem ao rei e lhe pagassem o quanto pedisse.

Mas quando os mensageiros do rei entraram na cabana para despir a camisa do homem feliz, descobriram que ele era tão pobre que sequer possuía uma camisa.

Como diria Jesus: Quem tiver ouvidos que escute. Quem tiver olhos que veja.




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