sábado, 21 de maio de 2011

A imagem de Deus

Por Pr. Elias Alves Ferreira


Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.” Gênesis 1.27
 
O ser humano foi criado perfeito e posto num lugar perfeito chamado Jardim do Éden (Jardim das Delícias). Tudo estava em perfeito equilíbrio para o primeiro casal: vida pessoal (saúde, casamento e emoções), ecológica (havia relacionamento direto com todos os animais e a natureza) e espiritual (Deus os visitava diariamente). E, além disso, pessoalmente, refletiam à imagem de Deus. Não é para menos que o primeiro capítulo Bíblico diz: “Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom.” Gn. 1.31.

Ainda hoje, embora em muito desfigurada e pálida pelas conseqüências do pecado, pode-se perceber a imagem de Deus na humanidade. O corpo físico por que é uma máquina perfeita, a liberdade de escolha ou o livre arbítrio, a capacidade de evolução científica, e a moral espiritual quando pautada pela vontade Divina, refletem a imagem do Criador.

Nossos primeiros pais tiveram a princípio uma beleza fora do comum. Nada se compara a teoria de que foram primatas. Hoje sim, marcados pela rebeldia e distantes dos princípios do Reino de Deus, muitos se comportam como verdadeiros animais. De forma contrastante o ser humano vive a evolução científica e a involução moral.

Foi por isso, que Deus enviou Seu Filho Unigênito a fim de salvar o homem caído do pecado e transformá-lo outra vez na Sua imagem. Quando uma pessoa, independente do seu físico, estado pessoal, sexo, idade, cultura ou passado, reconhece que é pecadora, e recebe em seu coração a Jesus Cristo, que carregou todos os pecados no Calvário e as reconciliou com Deus, acontece o milagre de João 1.12 “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus; a saber: aos que crêem no seu nome.”

O Espírito Santo opera sempre nos corações, de forma intensa e ímpar, o desejo de se tornarem como Jesus. Ele ministra tudo o que Cristo fez e fará na vida de quem crê. Esse é o caminho do resgate da imagem de Deus. Espiritualmente ocorre a volta ao princípio de tudo, o Éden. O lado espiritual fica sensível e em paz. Os encontros com o Senhor são constantes pela Bíbliae oração. O convertido passa a amar a natureza como nunca por que está em perfeita sintonia com as obras de Deus. O desejo de vida é intenso e todos ao redor passam a ser objetos de seu amor. É o tão sonhado renascimento, o “nascer de novo”.

Se na terra é tão bom, e quando Jesus voltar e vivermos a imagem perfeita e eterna de Deus? É um sonho, como o de 1 João 3.2 - “...Seremos semelhantes a ele, porque havemos de vê-lo como ele é.”  

sexta-feira, 20 de maio de 2011

A presença de Jesus

Por Pr. Elias Alves Ferreira
 
“Ao verem a intrepidez de Pedro e João, sabendo que eram homens iletrados e incultos, admiraram-se; e reconheceram que haviam eles estado com Jesus” – Atos 4:13.

 
Atos 3 e 4 mostram a comunhão e a ousadia da Igreja em seus primeiros dias, principalmente na pessoa de Pedro e João. O que nos alegra é que estes dois discípulos, apesar de serem humildes em suas culturas, refletiam de forma inequívoca a presença de Jesus. Esta é a maior riqueza que algum Cristão possa ter. Contudo, esta presença maravilhosa sempre contém outras características definidas.

A presença de Jesus transforma vidas ao redor. Nos primeiros versículos de Atos 3, Pedro e João, sem nenhuma moeda no bolso, fizeram a felicidade de um aleijado, que nunca tinha dado um único passo, a entrar no templo, andando, saltando e louvando a Deus. Jesus não é uma força intelectual, extática ou passiva. Esta presença é real e normalmente é reconhecida por terceiros. Quem a possui não necessita de demonstra-la. Aliás, quem mais tenta evidencia-la, menos a possui.

A presença de Jesus produz frutos concretos. O aleijado que fora curado (4:14), a conversão de vários Sacerdotes (6:7), a salvação de milhares de vidas (4:4), estavam palpáveis e visíveis em Jerusalém. Eles estavam sendo julgados por fatos e não por teorias. Menos palavras e mais ações, são estas coisas que o mundo quer ver na vida dos Cristãos modernos.
A presença de Jesus produz ousadia.Os Apóstolos tiveram ousadia para ministrar cura ao coxo, pregar na presença das autoridades e mesmo sob ameaças dos magistrados afirmar: Não vamos deixar de pregar as verdades eternas. Somente um fator pode fazer calar um discípulo de Cristo: O pecado. Caso contrário, deveríamos é avançar na fé, no amor, na comunhão e no testemunho.

Para se ter a presença de Jesus é preciso ter Jesus. Até parece uma redundância mas não é. A verdade é que não basta pronunciar este nome ou querer os Seus milagres. Esta presença exige comunhão direta com a “pessoa” de Cristo. Nestes dois capítulos mencionados encontramos 19 referencias diretas ao Senhor.

Feliz, mas feliz mesmo, é todo aquele que não olha as circunstâncias e deseja, e impregna sua vida com a presença de Jesus. São estes que na comunhão e imitação dos atos do Mestre de Nazaré, transformam vidas para a glória eterna. Sejamos hoje como Pedro e João. Que ninguém possa negar isto.
 

quinta-feira, 19 de maio de 2011

O dia que dividiu a história

Por Pr. Elias Alves Ferreira


Às vésperas do grande dia, um grupo pequeno reúne-se para Oração. O horto do Getsêmane, com sua plantação de oliveira testemunhou a maior oração da história. A tamanha tristeza levou os discípulos a adormecerem. Os anjos consolavam, enquanto Jesus, angustiado e transpirando sangue dizia: “Pai, se possível for, passe de mim este cálice, todavia, faça-se a tua vontade não a minha”.


O silêncio da madrugada foi quebrado por homens que se aproximavam com luzes e armas. Um deles, o que havia recebido o tratamento mais ilustre na ceia, o bocado de pão umedecido com vinho, O traiu vergonhosamente com um beijo. O julgamento seguido de escárnio, blasfêmia e desprezo, prosseguiu. A religião foi representada pelo Sacerdote Caifás, o Governo por Herodes e Pilatos representou Roma. Esse último, não vendo crime algum, mas pressionado, lava as mãos publicamente e O entregou para a turba enfurecida.

Aliás, o Crime de Cristo foi curar os enfermos, consolar os tristes, ressuscitar mortos, libertar cativos espirituais, ensinar as verdades eternas, dizer que era Filho de Deus e possuía um Reino não deste mundo.
Às nove horas da manhã, depois de coroa de espinhos, chicotes e os pregos da cruz.
Ao meio-dia, rejeitada a luz verdadeira, e com vergonha do seu criador, o sol não tinha motivos para brilhar e recolheu-se por espaço de três horas.

Sete frases magníficas foram pronunciadas as quais contém cuidados com os tristes, sua humanidade, perdão aos seus algozes, o Paraíso ao salteador que lhe pede e a terrível solidão.
A última frase foi às quinze horas, o horário do segundo sacrifício. Não foi suave como de tantas outras vezes, mas um brado forte, um profundo clamor ecoou no monte calvário “Está consumado”.
Não apenas o véu do templo rasgava-se, mas a história da humanidade.
Naquele instante Jesus estava consumando a nossa dor, a nossa miséria, a nossa tristeza, os nossos pecados. Aquela Cruz deveria ser nossa, mas Ele não pediu livramento aos anjos, simplesmente quis, demonstrando que nos amava apaixonadamente.

O que se seguiu foi um terremoto e o Comandante Romano, seus soldados e muitos reconheceram “verdadeiramente, Este era o Filho de Deus”.
O fim da tarde caía, um discípulo que aguardava o Reino de Deus, autorizado e num gesto de carinho, envolve-O, num fino e limpo lençol e descansa-O, num sepulcro novo.

Três dias se passam e o silêncio se quebra é a Ressurreição. Jesus voltou à vida. A melodia deixa a pausa e volta a ser entoada. O assunto principal até os confins da terra para sempre será, Jesus de Nazaré, sua vida, sua obra, sua morte, sua ressurreição e seu poder.

Este Jesus de Nazaré que um dia mudou a história poderá mudar também a sua.
fonte: www.soudapromessa.com.br


quarta-feira, 18 de maio de 2011

Duas perguntas interesantes

Por Pr. Elias Alves Ferreira

Quem creu em nossa pregação?E a quem foi revelado o braço do Senhor?– Isaías 53.1

Toda pergunta tem o propósito de reflexão e resposta. E se as perguntas não estão por acaso na Bíblia, onde Deus quer nos levar com estas duas perguntas?

A primeira pergunta nos apela à crença. Não basta saber é preciso crer. Não basta compreender, psicologizar, filosofar ou teologizar, é preciso assimilar a Palavra de Deus. As Escrituras não bastam estar na mente é preciso que se materializem em ações. A crença que não é vista não passa de teoria. Mas crer no que? Que pregação é essa? O contexto imediato destas perguntas nos fala da pessoa maravilhosa de Jesus. Ele é o Servo Sofredor, que foi totalmente desfigurado na cruz, sem beleza desejável, desprezado, aflito, ferido, traspassado e castigado. Sendo todo esse sofrimento em nosso lugar. Nós, por natureza merecíamos a gravidade da cruz. Mas foi Ele, por decisão da Divindade, que caminharia inocente como um Cordeiro para o Calvário alheio, para oferecer um resgate espiritual para a humanidade. Para ser a “cura” do pecado. O abrigo seguro para o coração mais inquietante. Para transformar o pior miserável num Príncipe dos Céus.

A segunda pergunta investiga as bênçãos de Deus. A “revelação” do braço do SENHOR refere-se à ação de Deus em favor das pessoas. O que mais nos intriga é que as perguntas estão interligadas entre si. Como Deus vai agir se primeiro não houver crença?
Um dos momentos em que estas perguntas se tornaram verdadeiras está em João 12.37-43. Os ensinos de Jesus eram contundentes, os milagres eram visíveis a ainda assim, permaneciam na incredulidade e preferiam não assumir Jesus.


Séculos se passaram e estas perguntas precisam ser individualmente respondidas: Quem creu em nossa pregação?E a quem foi revelado o braço do Senhor?”

Somos os religiosos dos dias de Jesus ou àqueles que venceram peka fé e mesmo em face da morte testemunharam de Cristo e Sua graça? – Apocalipse – 12.11.

fonte: www.soudapromessa.com.br

terça-feira, 17 de maio de 2011

A disciplina na Igreja - O Ministério Prático do Presbítero


Por Pr. Rivaldo Correa de Melo Filho


"Se o seu irmão pecar contra você, vá e, a sós com ele, mostre-lhe o erro. Se ele o ouvir, você ganhou seu irmão. Mas se ele não o ouvir, leve consigo mais um ou dois outros, de modo que ‘qualquer acusação seja confirmada pelo depoimento de duas ou três testemunhas’. Se ele se recusar a ouvi-los, conte à igreja; e se ele se recusar a ouvir também a igreja, trate-o como pagão ou publicano. "Digo-lhes a verdade: Tudo o que vocês ligarem na terra terá sido ligado no céu, e tudo o que vocês desligarem na terra terá sido desligado no céu. (Mt 18:15-18)


Disciplina é a palavra que tem relação com a palavra ensino. Vem do latim e significa ação de instruir, educação, ensino. A disciplina tem, pois, em mira trazer ensinamentos.

Nos tempos apostólicos, a disciplina era bem rígida. Na igreja de Corinto era tolerado um incestuoso, pois um dos seus membros vivia com a mulher de seu pai, todos sabiam e não tomavam nenhuma providência. Ao tomar conhecimento de tal situação, o apóstolo Paulo reprovou a tolerância daqueles crentes com o pecado e, em seguida, declarou: “Em nome do Senhor Jesus, congregados vós e o meu espírito, pelo poder de nosso Senhor Jesus, seja entregue a Satanás para a destruição da carne, para que o espírito seja salvo no dia do Senhor Jesus” (1 Co 5.4-5).

O exemplo acima citado é dos tempos apostólicos. Por que a igreja não aplicou a disciplina correspondente ao pecado cometido? Pode-se pensar que o incestuoso pertencesse a alguma família influente e, por isso, a igreja receasse criar problemas. Pode-se pensar também que os crentes já estavam tão apáticos espiritualmente que não percebiam a gravidade do pecado que estava sendo cometido.

Este episódio, ocorrido na igreja de Corinto, é uma prova de que há crentes que, infelizmente, gostariam que a igreja não usasse de nenhuma disciplina, e chegam a dizer que a igreja não deve preocupar-se com a vida de seus membros. Lamentavelmente, já se tem ouvido declarações como essa.

Em Atos dos Apóstolos 5.1-6, está registrado que, por terem mentido vergonhosamente, Ananias e Safira foram mortos pelo Senhor, para ensinar à igreja nascente o temor do Senhor. Que exclusão, hein?!

Quatro leis importantes que devem orientar a vida dos crentes

1. A lei do amor. Essa é a lei primordial, essencial na aplicação de qualquer disciplina. Jesus nos ensinou que devemos amar uns aos outros (Jo 15.12). Na aplicação da disciplina, o amor deve ser visto e sentido.

2. A lei da confissão de faltas. Jesus exorta a que confessemos nossas faltas. O pecado sempre traz conseqüências não só para quem o pratica como, muitas vezes, para a comunidade. Jesus disse que Deus não aceita o culto de quem não confessa as faltas ou não conserta a sua vida (Mt 5.24,25). Ele disse que deveríamos perdoar aqueles que nos ofendem (Mt 6.14).

3. A lei do perdão. Essa é uma lei enfatizada por Jesus. Ele disse que, se nós não perdoarmos os que nos ofendem, não poderemos ser por Ele perdoados (Mt 6.15; Mc 11.26). Há pessoas que só querem ser perdoadas, mas nunca estão prontas a perdoar aqueles que as ofendem. Há até os que dizem: “Eu perdôo, mas não esqueço...” Isso jamais foi perdão. O perdão leva o perdoador a esquecer que foi ofendido.

4. A lei da santidade da igreja e de seus membros. Essa lei tem como objetivo manter a pureza do corpo de Cristo e sua doutrina (1 Co 5.1-13).

Duas espécies de ofensas

1. Ofensas particulares. No caso de a ofensa ter sido particular, a pessoa ofendida deve proceder de acordo com o que Jesus prescreveu em Mateus 5.23-24; 18.15-16. No primeiro texto referido, Cristo Jesus exorta:“Portanto, se estiveres apresentando a tua oferta no altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão, e depois vem apresentar a tua oferta”. Sem que o crente proceda desse modo, o culto prestado por ele não terá nenhum valor para o Senhor. Já no segundo texto referido, Jesus assevera: “Ora, se teu irmão pecar, vai e repreende-o entre ti e ele só; se te ouvir, terás ganho teu irmão; mas se não te ouvir, leva ainda contigo um ou dois, para que pela boca de duas ou três testemunhas toda palavra seja confirmada”.

Lamentavelmente, por falta de compreensão ou por negligência, muitos casos de ofensas particulares não foram resolvidos porque as pessoas envolvidas não deram ouvidos ao ensino do Mestre.

2. Ofensas públicas. As ofensas públicas ou gerais devem ser tratadas do mesmo modo como o apóstolo Paulo tratou do caso do incestuoso na igreja de Corinto. Não poderia continuar no seio da igreja um membro que cometia tal ato de impureza, pois se a igreja não tomasse sérias providências, teria comprometido o seu caráter. A igreja é o corpo de Cristo e Ele é o seu cabeça. Ele quer que a igreja seja santificada, pois quer“apresentá-la a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem qualquer coisa semelhante, mas santa e irrepreensível” (Ef 5.27).

Paulo foi incisivo no caso do incestuoso que a igreja de Corinto tolerava: “Eu, na verdade, ainda que ausente no corpo, mas presente no espírito, já julguei, como se estivesse presente, aquele que cometeu este ultraje. Em nome de nosso Senhor Jesus, seja entregue a Satanás para destruição da carne, para que o espírito seja salvo no dia do Senhor Jesus” (1 Co 5.3-5).

Por “entregar a Satanás” entendia-se, naquela época, que o elemento, na igreja, está sob a proteção de Deus e, afastado dela, em pecado, está no reino de Satanás, que é o patrocinador das obras da carne. O elemento que cometeu tal tipo de ofensa pública, passado algum tempo, voltaria à igreja para a comunhão. No caso do incestuoso, Paulo diz que ele deve ser “entregue a Satanás para a destruição da carne”, isto é, para que o pecador saiba que a carne para nada aproveita, mas que só o espírito é que vivifica. Se o incestuoso era crente, e se arrependesse, ele não perderia a salvação e deveria ser reintegrado à Igreja, o reino de Deus. É por isso que Paulo aduz: “...para que o espírito seja salvo no dia de Cristo”, o que seria o mesmo que afirmar, se o incestuoso, mais tarde, se arrependesse, poderia voltar para o seio da igreja.

Em sua Segunda Carta aos Tessalonicenses, Paulo fala também da maneira como se deve tratar o “irmão que anda desordenadamente”“Mandamo-vos, irmãos, em nome do Senhor Jesus Cristo, que vos aparteis de todo irmão que anda desordenadamente, e não segundo a tradição que de nós recebestes” (2 Ts 3.6). Já na carta aos Romanos, Paulo exorta sobre os “divisionistas”: “Rogo-vos, irmãos, que noteis os que promovem dissensões e escândalos contra a doutrina que aprendestes; desviai-vos deles” (Rm 16.17). Ainda em 1 Coríntios 5.11, Paulo declara: “Mas agora vos escrevo que não vos comuniqueis com aquele que, dizendo-se irmão, for devasso, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com esse tal nem sequer comais”.

As principais ofensas públicas registradas na Bíblia são:
a) contenda e partidarismo – Rm 16.17-18;
b) desrespeito à autoridade – Mt 18.17;
c) ensino de doutrinas falsas – Gl 1.9; 2 Jo 7-11; Tt 3.9-11;
d) preguiça, maledicência – 2 Ts 3.6-15;
e) conduta imoral – 1 Co 5.1-13;
f) espírito de cobiça – Ef 5.5;
g) espírito de arrogância – 3 Jo 9;
h) litígio nos tribunais – 1 Co 6.6;
i) denúncia contra presbíteros sem testemunhas – 1 Tm 5.19,20;
j) alguma falta – Gl 6.1;


O valor da disciplina

A disciplina tem em mira resguardar a igreja e conservá-la dentro da pureza apostólica. Igreja sem disciplina é igreja relaxada, relapsa, desnorteada, porque não está cumprindo o que a Bíblia ensina. Ela vai, assim, aos poucos, ficando corrompida. Igreja que permite a frouxidão em sua disciplina não só terá resultados espirituais desastrosos, como será um mau exemplo para outras igrejas e estará incorrendo em erros merecedores da mesma repreensão a que foi submetida a igreja de Laodicéia, descrita em Apocalipse 3.14-22.

A disciplina é, para a igreja, uma grande benção, pois concorre para a sua santificação e para a pureza do tecido social, espiritual e eclesiástico.

Tipos de disciplina

1. Disciplina formativa. Ao converter-se, o crente é, na igreja, como uma criança que necessita de cuidados especiais, de ensino, de orientação, apoio, instrução e amor.

Os crentes vão crescendo, no seio da igreja, através da disciplina formativa que é provida por meio de vários recursos pedagógicos: a exposição de mensagens doutrinárias, bíblicas e de exortações gerais, pelo pastor; os estudos na Escola Bíblica – a melhor escola do mundo – que, bem equipada, trará benefícios incalculáveis para o neoconverso; outras organizações da igreja, que existem e são compatíveis com cada faixa etária.

A disciplina formativa visa a construir o caráter cristão e a consciência real dos crentes, para poderem enfrentar todos os desafios que o mundo lhes propõe. Uma igreja sábia não poupará esforços até que veja seus membros recebendo esse tipo de disciplina plasmadora da vida espiritual daqueles que a compõem.

Um dos métodos mais em voga, na atualidade, é o discipulado, que não é novo, pois o Senhor Jesus o recomendou. Qualquer igreja que quiser ter crentes bem doutrinados, bem alicerçados na fé, para poderem enfrentar a sorte de ventos e doutrinas estranhas, heterodoxas, deve manter cursos de discipulado, que outra coisa não é senão as antigas classes de catecúmenos. Só que hoje, o discipulado recebe maior atenção e cuidado.

A igreja deve sempre promover, também, cursos especiais sobre as doutrinas da mordomia, da evangelização, de missões, de ação social, preocupando-se em preparar os crentes nessa obra e na educacional.

Igreja forte, vibrante, evangelística, é aquela que dá grande ênfase à disciplina formativa, que ajuda muito a evitar a aplicação dos outros tipos de disciplina, funcionando de maneira preventiva.

2. Disciplina corretiva. Quem não está sujeito a falhas? Quando falhamos ou incidimos em algum erro precisamos ser corrigidos. A correção existe para ajudar, salvar. É do grande apóstolo Paulo a exortação:“Irmãos, se um homem chegar a ser surpreendido em algum delito, vós que sois espirituais corrigi o tal...” (Gl 6.1).

Como deve ser aplicada a disciplina corretiva a um irmão que tenha cometido algum deslize? Paulo orienta que a aplicação deve ser feita no espírito de mansidão. Igrejas há que o espírito de muitos membros é o de farisaísmo. Tratam o irmão que fraquejou com espírito de superioridade, com orgulho e até presunção.

Paulo não só recomenda que se trate o irmão infrator com a mansuetude que deve caracterizar cada servo de Cristo (pois Ele declarou: “...aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração” – Mt 11.29), como também nos previne: “...e olha por ti mesmo, para que tu também não sejas tentado” (Gl 6.1).

A aplicação da disciplina corretiva tem em vista conquistar o irmão que cometeu transgressão contra os ensinos escriturísticos. Por isso, a Comissão de Membros deve ser composta por pessoas que encarnem a virtude da mansidão, do amor, do aconselhamento. Alguns membros não podem fazer parte de uma comissão como essa porque só pensam em olhar para o “argueiro do olho do irmão”. Jesus já dissera: “Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, quando tens a trave no teu? Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu olho; e então verás bem para tirar o argueiro do olho do teu irmão” (Mt 7.4-5).

Há muitos pecados que devem ser corrigidos. Eles não podem proliferar. Alguns parecem até que ser de pouca importância para muitos, mas, na realidade, são pecados mesmo. Para Deus, não há pecadinhos, nem pecadões.

Paulo escreve: “Mas a prostituição, e toda sorte de impureza ou cobiça, nem sequer se nomeie entre vós, como convém a santos” (Ef 5.3).

Aos colossenses, Paulo escreveu dizendo que a avareza é idolatria (Cl 3.5). Sabemos que a causa do Senhor requer um coração generoso, amplo. Ora, a avareza produz um coração fechado, e Paulo diz que ela é idolatria. Por quê? Porque o homem avarento faz do seu dinheiro o seu deus e não pode, de modo algum, ver a causa de Deus nem o seu progresso. A avareza é um dos pecados que deve ser combatido pela disciplina corretiva.

Outro pecado terrível é o da maledicência. Ele precisa ser corrigido. Tiago o ataca fortemente (Tg 3.1-11). Ele diz que a língua é como um fogo. Há crentes incendiários. Com a língua incandescente, eles, pelo fogo da maledicência, provocam grandes estragos na igreja. Há, realmente, muitos vivo-mortos que foram mortos moralmente pelo fogo da maledicência.

É preciso que a igreja combata os incendiários maledicentes usado os bombeiros de Deus, os seus ministros que, com a Santa Palavra, buscam combater o fogo do pecado.

Além dos pecados acima citados e comentados, deve-se usar a disciplina corretiva contra o espírito de facção, de inveja, de orgulho, do mundanismo. Os que praticam tais pecados precisam da disciplina corretiva, na base da mansidão e do amor.


3. Disciplina cirúrgica. Cirurgia tem relação com corte, amputação, separação. Qualquer parte do corpo que esteja prejudicando todo o organismo deve ser cortada, a fim de que esse possa sobreviver. É melhor perder uma parte do corpo do que permitir que ela venha a trazer-lhe maiores prejuízos.

A igreja é um corpo e, como tal, tem membros que podem trazer-lhe danos, se não for detectado em tempo o perigo que eles representam, permanecendo no corpo. Quando algum membro adultera, ou rouba, ou comete algum pecado que escandalize e ofenda a moral da igreja, esta não pode ser complacente. Deve aplicar a disciplina cirúrgica. Em assim fazendo, a igreja está demonstrando que zela pela pureza de todo o seu corpo, prezando a sua união com Cristo, e que não admite qualquer tipo de pecado. Porque escondeu o seu pecado, Acã trouxe a derrota para o exército de Deus. Só depois que foi eliminado é que o exército pôde vencer o inimigo (Js 7.19-26).

A igreja deverá, no entanto, permanecer orando pelo irmão que foi eliminado de seu seio, para que ele se arrependa de seu pecado e restaure a sua vida espiritual, retornando, o mais depressa, à comunhão cristã.

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Texto do Pr. Rivaldo Correa de Melo Filho publicado pelo Missionário Arildo Gomes compartilhado no PC@maral

Projeto Missionário batiza 22 na Bolívia‏


O domingo dia 15 de maio de 2011 foi marcado por uma linda festa para o povo promessista da jovem IAP boliviana. O dia começou com a temperatura baixa, atípico para o verão boliviano que tem suas temperaturas sempre elevadas, com muito calor e pouco vento.

Os pastores Aléssio e Magno da Junta de Missões chegaram na sexta-feira (13) em Santa Cruz de La Sierra (Bolívia) e a caravana da Região Noroeste Paulista formadas pelo pastores Osmar, Fernando, Alexandre, Adriano e Willians chegou no dia anterior (12).
Eram 9h quando dois ônibus lotados saíram da frente da IAP e seguiram para o rio, aonde chegariam duas horas depois. Feitas as orientações de início o pastor Celson deu início ao ato batismal que foi realizado pelos pastores Aléssio e Osmar. Foram 22 candidatos que se mantiveram à postos aguardando o momento de tornar público o compromisso assumido com Cristo.
O rito se inicia e o clima da presença certa do Senhor da igreja no local é a confiança de todos. O rio está frio, corre água gelada que vem da floresta sobre enormes pedras. Um após o outro vai entrando e saindo. À beira do rio, sob a liderança da diaconisa Claudete, os demais irmãos cantam, louvam e aplaudem cada candidato que se levanta das águas batismais. Momentos depois o ato se encerra, retornamos para a igreja. Todos almoçam juntos. Numa rápida cerimônia o pastor Celson entrega a todos o certificado de batismo, oramos e encerramos à programação.
Os missionários Celson, Claudete, Letícia e Joel chegaram a Santa Cruz de La Sierra a um ano de cinco meses. O resultado do trabalho do casal e filhos é empolgante. Há a expectativa de novo batismo ainda neste ano. Oremos para que a IAP se fortaleça no país e que muitos frutos sejam colhidos através desta semeadura.


Pr Aléssio Gomes de Oliveira  - Diretor

Legalismo, um caldo mortal

Por Hernandes Dias Lopes

Malcon Smith definiu legalismo como um caldo mortífero. Quem dele se nutre adoece e morre. O legalismo é uma ameaça à igreja, pois dá mais valor à forma do que a essência, mais importância à tradição do que a verdade, valoriza mais os ritos religiosos do que o amor. O legalismo veste-se com uma capa de ortodoxia, mas em última análise, não é a verdade de Deus que defende, mas seu tradicionalismo conveniente. O legalista é aquele que rotula como infiéis e hereges todos aqueles que discordam da sua posição. O legalista é impiedoso. Ele julga maldosamente com seu coração e fere implacavelmente com sua língua e espalha contenda entre os irmãos.

As maiores batalhas, que Jesus travou foram com os fariseus legalistas. Eles acusavam Jesus de quebrar a lei e insurgir-se contra Moisés. Vigiaram os passos do Mestre, censuravam-no em seus corações e desandaram a boca para assacar contra o Filho de Deus as mais pesadas e levianas acusações. Acusaram-no de amigo dos pecadores, glutão, beberrão e até mesmo de endemoniado. Na mente doentia deles, Jesus quebrava a lei ao curar num dia de sábado, mas não se viam como transgressores da lei quando tramavam a morte de Jesus com requinte de crueldade nesse mesmo dia.

O legalismo não morreu. Ele ainda está vivo e presente na igreja. Ainda é uma ameaça à saúde espiritual do povo de Deus. Há muitas igrejas enfraquecidas e sem entusiasmo sob o jugo pesado do legalismo. Há muitos cultos sem vida e sem qualquer manifestação de alegria, enquanto a Escritura diz que na presença de Deus há plenitude de alegria e delícias perpetuamente. J. I. Packer em seu livro Na Dinâmica do Espírito diz que não há nada mais solene do que um funeral. Há cultos que são solenes, mas não há neles nenhum sinal de vida. Precisamos nos acautelar contra o legalismo e isso, por três razões:

1. Porque dá mais valor à aparência do que ao coração.

Os fariseus gostavam de tocar trombeta sobre sua santidade. Eles aplaudiam a si mesmos como os campeões da ortodoxia. Eles eram os separados, os espirituais, os guardiões da fé. Mas por trás da máscara de santidade escondiam um coração cheio de ódio e impureza. Eram sepulcros caiados, hipócritas.

2. Porque dá mais valor aos ritos do que às pessoas.

Os legalistas são impiedosos com as pessoas. Censuram, rotulam, acusam e condenam implacavelmente. Não são terapeutas da alma, mas flageladores da consciência. Colocam fardos e mais fardos sobre as pessoas. Atravessam mares para fazer um discípulo, apenas para torná-lo ainda mais escravo do seu tradicionalismo. Os legalistas trouxeram uma mulher apanhada em flagrante adultério e lançaram-na aos pés de Jesus. Não estavam interessados na vida espiritual da mulher nem nos ensinos de Jesus. Queriam apenas servir-se da situação para incriminar Jesus. Os legalistas ainda hoje não se importam com as pessoas, apenas com suas idéias cheias de preconceito.

3. Porque dá mais valor ao tradicionalismo do que à verdade.

Precisamos fazer uma distinção entre tradição e tradicionalismo. A tradição é a fé viva daqueles que já morreram enquanto o tradicionalismo é a fé morta daqueles que ainda estão vivos. A tradição, fundamentada na verdade, passa de geração em geração e precisa ser preservada. Mas, o tradicionalismo, filho bastardo do legalismo, conspira contra a verdade e perturba a igreja.

Que Deus nos livre do legalismo. Foi para a liberdade que Cristo nos libertou! Aleluia!

Fonte: Hernandes Dias Lopes


via: http://blogdopcamaral.blogspot.com